Sexta-feira Santa: conheça tradição, benefícios e dicas para boa escolha do peixe

por Edina A T Trovões
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Sexta feira santa está se aproximando e na casa de muitas famílias o principal cardápio é o peixe.  

Nessa matéria a nutricionista Edina A.T. Trovões escreve sobre a tradição, comenta sobre os benefícios do consumo e dá dicas para escolhas mais adequadas de peixe.

Vale a pena ler!! Recomendo!!

Tradição de comer peixe na sexta-feira santa

Uma tradição entre os católicos é evitar o consumo de carnes durante a quaresma. Mas é na sexta-feira santa que esta prática religiosa é mais respeitada.

É tradição consumir peixe neste dia, pois o peixe é um dos símbolos do cristianismo.

Explica a história que, devido às perseguições que os cristãos sofriam pelos romanos, a  mando do imperador Nero, eles passaram a utilizar códigos e senhas para se identificarem.

Em algum momento dessa história de perseguições, que se estenderam, com maior ou menor intensidade, até o ano 305, os cristãos adotaram o peixe como uma dessas senhas. A palavra grega para peixe é ICHTHUS e as suas cinco letras formam o acrônimo grego com a frase: Iesus Christus Theou Yicus Soter, que quer dizer: Jesus Cristo filho de Deus Salvador.

Assim um cristão se identificava, para as outras pessoas que conheciam a senha, desenhando um peixe na porta de sua casa.

Da mesma forma, ao oferecer um peixe como refeição a um convidado possivelmente cristão, significava: Jesus Cristo, o Filho de Deus, é meu Salvador.

É também para dar este testemunho que os cristãos comem peixe na Sexta-feira Santa.

O peixe é um excelente alimento, pois é rico em ômega 3,  previne doenças do coração, melhora os níveis de triglicérides no sangue e estudos mostram que tem bons efeitos no combate à depressão, tem ação antiinflamatória e ajuda na prevenção de alguns tipos de câncer. No caso de diabetes, ajuda prevenindo danos nos nervos, além de ajudar na elevação do bom colesterol o HDL. Uma dica para adolescentes,  o ômega 3 melhora a concentração e a memória, ele faz parte do desenvolvimento do cérebro.

Apesar de todos estes benefícios temos que ter muito cuidado na escolha e no seu preparo.

Como escolher o peixe na hora da compra:

  • Escolha estabelecimentos que garantam a refrigeração. O peixe deve estar sempre envolvido por muito gelo;
  • Observe o odor que ele exala. Peixes de água doce quase não apresentam cheiro, e os de água salgada devem cheirar a mar;
  • Os olhos devem estar brilhantes e salientes. Não compre peixes com olhos murchos, secos e escurecidos;
  • As guelras devem estar vermelhas e brilhantes;
  • As escamas devem estar firmes e não se soltarem facilmente;
  • A carne do peixe deve ser resistente ao toque. Isto pode ser verificado pressionando o peixe com o dedo (use uma luva ou saco plástico para isto). Quando está firme a pele retorna rapidamente (não fica afundada);
  • O bacalhau seco e salgado deve ter a carne clara, sem manchar vermelhas ou pontos pretos (que pode indicar presença de bolor).

Você pode escolher entre peixes de água doce ou água salgada. Há poucas diferenças nutricionais entre eles.

Alguns exemplos de peixe água doce são: lambari, mandi, pacu, pintado, tilápia e traíra. Os peixes de água salgada mais conhecidos são: anchova, atum, badejo, cação, pescada branca, salmão e sardinha.

O salmão, a sardinha e o atum se destacam por possuir mais omega 3.

Uma pequena diferença entre essas fontes,  é que os peixes de água doce possuem uma textura mais macia e de fácil digestão, diferente dos peixes de água salgada  que precisam ter a pele mais resistente para equilibrar a quantidade de água e sal.

Depois de comprado, procure utilizar o peixe o mais rápido possível.

A culinária oferece várias opções de preparo, escolha aquela que mais agrade ao seu paladar. Procure evitar receitas que levam creme de  leite, leite de coco, azeite de dendê, pois estes ingredientes são ricos em gorduras saturadas que aumentam o colesterol no sangue.

Evite as frituras, os assados e ensopados são mais saudáveis.

Edina Aparecida Tramarin Trovões

Nutricionista CRN3-1579

e-mail: [email protected]

Matéria publicada inicialmente na Revista City Penha

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